Livro – O Caso dos Dez Negrinhos

O Caso dos dez negrinhos

Agatha Christie, Inglaterra, 1939

Sinopse: Oito pessoas, que não se conhecem, são convidadas a passar uma semana em uma luxuosa mansão na Ilha do Negro. Logo na chegada, descobrem que o anfitrião, o misterioso Sr. U. N. Owen, teve um contratempo e que irá se atrasar. Os aguardando na mansão, estão apenas os criados, o Senhor e a Senhora Rogers. Os visitantes estão começando a interagir amigavelmente entre si, quando uma voz irrompe das paredes da casa, acusando cada um – e a todos eles – de terem sido responsáveis pela morte de inocentes no passado: Uma criança afogada, um jovem soldado enviado para a morte certa durante a guerra, uma velha senhora envenenada, um policial traído…

Uma morte acontece e os dez desconhecidos percebem que foram atraídos pelo misterioso senhor U.N Owen para um jogo doentio, do qual poderão não escapar. Descobrir quem é o Senhor Owen e quem será a próxima vítima passa a ser questão de sobrevivência.

Comentário: Este é tido como o melhor livro já escrito por Agatha Christie e um dos mais vendidos romances policiais da história. É realmente muito bom. Fazia tempo que eu não lia Agatha Christie (eu li uns contos há alguns meses, mas livro mesmo fazia mais de ano…), nem me lembrava que ela era tão boa.

Curiosidade: “O caso dos dez negrinhos” também é conhecido por “E não sobrou nenhum”, nome que se deve a uma polêmica “politicamente correta”(?) que ocorreu quando o livro foi ser publicado nos EUA, na década de 40. Aparentemente, o mercado americano achava o nome ofensivo, racista ou – simplesmente – pouco comercial. Então simplesmente, traduziram a Agatha Christie do inglês para o inglês, mudando completamente o nome do livro. Adulteraram o poema também, substituindo os “Ten Little Niggers” por “Ten soldiers boy”. Lamentável não? É a velha mania de achar que dizer que as pessoas negras são negras é pejorativo, ou “odioso”, para usar a palavra do defunto José Serra sobre “Paulo Preto”. Odioso é desenhar o Machado de Assis branco, com cabelo liso e adulterar a obra prima da escritora mais traduzida do mundo, depois da Bíblia e de Willian Shakespeare. Mas o pior de tudo é o arremate do cinema. O nome da adptação cinematográfica é “Ten little indians”. Quer dizer que matar negrinho não pode, mas os indiozinhos…

Cinema: Há rumores de que este livro será adaptado novamente para o cinema, com lançamento previsto para o ano que vem. Se for verdade preparem-se, porque vem ai um elencasso: Michael Caine (como o Mordomo Rogers), John Cusack (não especificado, mas não posso acreditar que, estando num filme desses, vão deixar que ele não seja o Mr. Lombard), Anthony Hopkins (como o Juíz Wargrave), Jude Law (como Anthony Marston, outro que cai como uma luva no papel), Belén Rueda (como a solteirona amarga, Miss Brent) e Rachel Weisz (como Vera Claythorne). Só não passo a informação como certa porque a única referência sobre esse filme que achei na rede foi uma postagem de 2008 em um Blog. Segundo o blog, o filme já estaria em fase de pós-produção. Outra coisa que eu achei esquisito foi o cartaz: Não há nenhuma informação de produtora, etc. Gostaria muito que fosse verdade, seria um filmaço. Tem descrições extremamente cinematografáveis no livro, os delírios dos personagens… realmente um filmaço, ainda mais com a tecnologia de hoje.

Gostou? Então veja também:

A Editora L&PM lançou o segundo volume das Graphic Novels das histórias da Agatha Christie.  Confira

Versão russa, de boa qualidade, do filme “Ten little indians”, com legenda em inglês, disponível na íntegra no youtube.

Blog especializado em Agatha Christie: A Casa Torta